O PDT deixou para a próxima semana a decisão de apoiar ou não a candidatura do petista Marco Maia (RS) para a presidência da Câmara. Nesta quarta-feira (12), o líder do partido, deputado Paulinho da Força (SP), cobrou do governo o apoio que as centrais sindicais deram à campanha da presidente Dilma Rousseff.
Em reunião, a bancada do PDT na Câmara resolveu não manifestar, por ora, o apoio à candidatura de Maia. Segundo o líder, a decisão ainda não foi fechada porque alguns parlamentares não compareceram ao encontro de hoje – 17 dos 28 deputados estavam presentes.
Paulinho admitiu que seu partido deve fechar com o petista, mas disse que ter assentos da Mesa Diretora não será condição para o apoio a Maia.
- A tendência é de apoiar o Marco Maia, é a posição
da grande maioria. [...] Buscar cargos na Mesa diretora faz parte de uma negociação da Casa. Não significa que nós não queremos, mas não estamos colocando nenhuma condição para isso.
Apesar do provável apoio ao PT, o PDT aumentou o tom das críticas ao governo Dilma e reclamou da relação que a presidente tem tido com as centrais sindicais. A legenda quer reajuste de 10% das aposentadorias, correção da tabela do Imposto de Renda e aumento do salário mínimo para R$ 580, R$ 40 reais a mais do que o proposto pelo governo.
- Nós precisamos que a presidente Dilma leve em conta que os movimentos sociais apoiaram muito a presidente. Eu tomei quatro processos. O presidente da CUT também teve dois processos contra ele. Então a presidente tem que levar em conta isso.
Ministro: Congresso é que vai decidir
...Paulinho da Força reclamou que esse não foi o tratamento que os movimentos sociais tiveram no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O líder criticou a interlocução do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e cobrou um novo negociador do governo para dialogar com o partido e com as centrais.
- O governo está mal nessa história. Por o [ministro Guido] Mantega para falar conosco não dá. Ele não tem jeito de falar com o trabalhador. O governo tinha que ter alguém para falar com os trabalhadores.
Salário mínimo
Paulinho da Força disse que, em reunião nesta quarta-feira com o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, o governo se comprometeu compensar a inflação na proposta inicial para o salário mínimo, de R$ 538,15. O deputado disse, no entanto, que esse valor seria de apenas R$ 3, o que não daria nem para “tomar uma cachaça”. Desde 1º de janeiro, o mínimo passou de R$ 510 para R$ 540.
- O ministro Luiz Sérgio disse que isso [reposição da inflação] precisaria ser corrigido, mas isso é muito pouco, dá três reais, não dá nem pra tomar cachaça. Aliás, dá pra tomar duas pingas, dependendo, no boteco. Depende da pinga.
De acordo com Paulinho da Força, as centrais sindicais reivindicam uma mudança na metodologia de reajuste do salário mínimo, que atualmente é a correção da inflação do ano anterior somada ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, ou soma das riquezas produzidas no país) de dois anos anteriores. Como o crescimento de 2009 foi negativo, os trabalhadores querem agora uma revisão da metodologia.
Imposto de renda
Além do aumento do salário mínimo e do reajuste para os aposentados, o PDT também cobra do governo o a correção da tabela do Imposto de Renda. Uma carta foi entregue na terça-feira (11) à presidente Dilma com uma ameaça: se o governo não se abrir para negociações até segunda-feira (17), as centrais sindicais entrarão com uma “enxurrada” de processos.
Segundo o líder, o governo está “colocando a corda no pescoço” dos trabalhadores.
- [Dilma Rousseff] está pondo a corda no pescoço dos trabalhadores. Na medida em que não corrige a tabela do imposto de renda, significa que quem teve aumento de salário ou vai passar a pagar imposto ou vai pagar mais imposto, e o correto é corrigir. Se não corrigir, é confisco.
Paulinho disse que, em todo o Brasil, há mais de 10 mil centrais sociais. Caso não haja negociação com o governo, ele espera que os Tribunais Regionais Federais recebam mais de mil processos já na semana que vem
- Se não houver uma negociação até segunda-feira, nós entraremos um uma enxurrada de ações nos TRFs do Brasil inteiro.
Fonte: http://noticias.r7.com/brasil/noticias/sem-acordo-sobre-minimo-pdt-adia-apoio-ao-pt-para-a-presidencia-da-camara-20110112.html
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